sábado, 17 de novembro de 2012

Crédito mais caro e mais difícil


Mais uma vez, os bancos informaram o Banco de Portugal que aumentaram a exigência dos critérios de concessão de crédito à habitação, no primeiro trimestre do corrente ano.
Já não é sequer notícia ver que trimestre após trimestre os bancos se vão tornando cada vez mais exigentes nos seus critérios de aprovação de crédito à habitação. E, dada a difícil situação que vivem atualmente os mercados financeiros, nem sequer é de estranhar este comportamento.
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6 comentários:

  1. O crédito é cada vez mais difícil e mais caro. Isto é, com a conjuntura económica atual do mercado e de alguns facilitismos do passado, os Bancos estão a passar por um processo gradual de redução de crédito, ao qual se dá o nome de desalavancagem, que tem em conta a necessidade dos Bancos diminuírem o crédito, com o objetivo de diminuir o rácio do crédito e aumentarem os recursos. Isto tudo acontece, porque a concessão de crédito aumentou em relação aos depósitos (endividamentos externos e recursos), e para fazer face a esta diferença é necessário captar recursos e existir menos endividamento no estrangeiro. No entanto, a consequência é a redução do crédito e a menor facilidade em fazer compras. E com o aumento do risco, aumentam os spreads. Para além disto, existe o preço de crédito ou o pricing de crédito (preço de venda do dinheiro), que corresponde ao custo de funding (os custos dos depósitos com os custos dos empréstimos), mais os custos operacionais (custos com a atividade), mais a margem de lucro (o ganho do Banco) e ainda o prémio de risco (valor que os Bancos incorporam no preço e visam dar respostas às situações de incumprimentos, isto é, os Bancos aumentam os spreads, e os devedores que pagam, pagam por eles e pelos restantes devedores que não pagam).

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  2. O Crédito bancário, esta cada vez mais caro e de mais difícil acesso, e os principais fatores desta situação que se vive atualmente são principalmente, os spreads que estão cada vez mais altos e os financiamentos são menores, assim, estes dois fatores são a principal causa e o principal obstáculo de os portugueses não se conseguirem financiar através do crédito bancário.
    Tendo em atenção a crise que se vive, o aumento dos spreads, e a dificuldade em obter liquidez no mercado interbancário cria como consequência uma maior dificuldade tanto para os portugueses como para a Banca, pois aumentam os custos de financiamento para os portugueses e diminui o financiamento que os Bancos podem dar aos seus clientes, e esta restrição na concessão do Crédito foi a única solução encontrada com vista a diminuir o crédito mal parado, pois o crédito mal parado tem vindo a aumentar significativamente pois as famílias deixam de ter possibilidades de assumirem o acordo estabelecido entre elas e o banco, pois os spreads aumentam o crédito torna-se mais caro os salários diminuem e as dificuldades aumentam.
    Pondo isto, os colaboradores bancários começam a estar mais restritos á concessão do crédito e mais exigentes na sua concessão, tendo de analisar todos os meios e todos os elementos definidores de Crédito, os clientes têm de apresentar um perfil de risco reduzido, e garantias confiáveis para o banco ter certeza que consegue reaver o seu dinheiro em caso de incumprimento, pois a taxa de esforço baixa, ou seja, o peso da mensalidade no rendimento mensal do cliente.
    O principal objetivo com as medidas que foram implementadas é diminuir o crédito vencido e fortalecer o sistema financeiro, reduzindo a probabilidade de falências no futuro, contudo esta situação que se vive atualmente deverá continuar nos próximos anos, tendo em consideração que a principal causa é o crédito mal parado, as dívidas. E como o crédito mal parado é por exemplo o crédito habitação, trata-se de créditos de médio/longo prazo são créditos que demoram o seu tempo a ser liquidados.

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  3. Actualmente a banca tem uma maior exigência e dificuldade em conceder crédito provocando uma deterioração da qualidade dos activos que detêm, tendo em conta que a divida soberana e as dificuldades em obter liquidez no mercado interbancário têm afectado a banca. A desalavancagem contribui para o facto do crédito estar mais caro e difícil pela elevada escala de incumprimentos por parte dos clientes e também pelos custos mais altos a que o banco se financia. Como solução os bancos têm diminuído significativamente a concessão de crédito, com o objectivo de diminuir o crédito mal parado, pois este tem atingido uma elevada escala, e as pessoas com as dificuldades que têm vindo a passar, não têm conseguido cumprir com os prazos estabelecidos e com a obrigação para com o banco. Contudo a exigência do banco tem sido de tal forma elevada, que para que seja possível a concessão de crédito a um cliente (por exemplo para crédito habitação), os bancos exigem garantias elevadas e um perfil de risco do cliente bastante reduzido.

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  4. Aquando do acordo de Basileia III, tinha-se como objectivo fortalecer o sistema financeiro, reduzindo a probabilidade de crises e falências no futuro. Os bancos foram unânimes em reconhecer a pertinência das alterações mas reconheceram que este acordo reduziria o montante disponível para emprestar. Seria de esperar uma maior dificuldade de acesso ao crédito e preços mais elevados, sobretudo nas instituições mais pequenas cujo acesso ao mercado de capitais é quase nulo.
    A forma como os bancos continuam a subir os spreads mínimos e baixos é qualquer coisa de assustador, mas já não deveria ser grande novidade. Certas vezes deparamo-nos com uma competição entre bancos para ver qual deles oferece o spread mais alto, isto, após tantos anos de concorrência excessiva de competição entre taxas mais baixas. Creio que diversas vezes o que os bancos dão a entender é que empurram os clientes de uns para os outros quando estes vão a procura de crédito. A conjuntura absolutamente anormal em que o país se encontra levou-nos a presenciar estes cenários. Com o sobre endividamento do Estado, foi cortado o acesso ao mercado interbancário internacional aos bancos nacionais. Adicionalmente a estes factos, desde à algum tempo que o crescimento dos bancos se tem devido à concessão de crédito e agora encontram-se num forte desequilibrio entre crédito e recursos. Situação esta que poderá exigir um grande esforço para melhoria dos rácios, passando pela tentativa de uma maior captação de depósitos e um empréstimo de crédito cada vez menor.
    Um grande facto é que já houveram períodos de tempo em que as empresas decidiram recorrer à desintermediação financeira. Porém, neste momento nem essa escolha de caminhos facilita a situação.

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  6. A concessão de crédito habitação foi durante anos um dos produtos “âncora” da banca. Publicitavam-se spreads muito baixos, ofereciam-se as despesas iniciais, proporcionavam-se condições especiais na transferência de créditos entre bancos sem custos,... Com a crise do “subprime” em 2008 toda esta realidade se alterou, e aquilo que era interessante, passou a pesar nos balanços dos bancos.
    A concessão de crédito torna-se agora cada vez mais difícil e mais cara devido à conjuntura económica. O preço do crédito é formado pelo custo de funding, pelos custos operacionais, pela margem de lucro e pelo prémio de risco. O prémio de risco atualmente subiu, aumentando assim o preço do crédito, pois os bancos são mais exigentes na avaliação do cliente impulsionado também pela má experiência que têm, avaliando pela quantidade de crédito mal parado. Assim, compensam o prémio de risco baixo que antes cobravam e previnem eventuais novas situações de crédito mal parado.
    Outro aspeto a ter em consideração é o facto de ser igualmente mais difícil e mais caro os bancos se financiarem no mercado internacional. Assim, mesmo quando conseguem crédito no exterior, este é mais caro, logo, será também mais caro para o cliente bancário de forma a compensar aquilo que o banco terá de pagar à entidade internacional.
    Assim, um dos grandes fatores que influencia agora o preço e o nível de concessão de crédito é a imposição de desalavancagem feita pela troika. A desalavancagem é a diferença entre o volume dos depósitos e o volume de concessão de crédito. Logo a banca Portuguesa, apesar de estar no “bom caminho”, como diz o ministro Vítor Gaspar, verifica-se ainda alguma dificuldade em cumprir as metas impostas devido ao peso do crédito concedido e em incumprimento em especial ao peso do crédito à habitação (sendo este um crédito de médio/longo prazo demora a que se comece a notar a diminuição desta concessão).
    Torna-se também “insustentável” pagarem as taxas prometidas aos clientes nos depósitos pois não recebem, ou recebem fora das datas de pagamento, o retorno esperado do empréstimo prestado. Assim, a desalavancagem pode ser feita de três formas:
    • através da diminuição da concessão de crédito através de uma rigorosa e bem estimada avaliação dos clientes que pedem crédito, mas têm a contrapartida de os juros e comissões, a principal fonte de rendimento dos bancos, baixarem;
    • no aumento do volume dos depósitos, o que é também difícil devido à conjuntura económica e ao aumento dos impostos o que faz com que as famílias tenham menos dinheiro para poupar e investir. Para que o banco possa ser escolhido para instituição de eleição pelo cliente é necessário aumentarem as taxas oferecidas pelos depósitos o que faz com que o seu lucro diminua;
    • através da conjunção das duas hipóteses atrás mencionadas.
    É importante para os bancos mostrarem também aos seus clientes o cumprimento das imposições feitas pela troika para que se mostrem sólidos e longe de uma possível falência que muitas vezes também assusta os clientes.
    Verifica-se que a banca, de forma a não diminuir tanto os seus lucros, já toma medidas como a diminuição dos custos operacionais, nomeadamente através da diminuição de funcionários, fecho de agências, entre outros e principalmente através do aumento do seu preçário, incluindo o preço do crédito e das comissões.

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