sábado, 17 de novembro de 2012

Desalavancagem

Carlos Costa relembrou esta segunda-feira que "Portugal apresenta um rácio de alavancagem elevado face aos padrões europeus" e que "a estabilidade do sistema financeiro português requer uma redução do rácio de alavancagem, quer através do reforço da poupança interna, quer através da redução do peso do financiamento bancário no financiamento da economia.
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4 comentários:

  1. A Desalavancagem é um processo gradual de redução de crédito para obter um melhor rácio entre os depósitos e os créditos. A Desalavancagem tem várias consequências na economia. A redução de financiamento faz com que as empresas tenham que fazer um maior esforço para manter os seus negócios e para segurar o nível de fundo de maneio da empresa. Com isto, perspectiva-se o não crescimento da economia, pois se há menos capacidade de alavancagem, há menos negócio.
    Os bancos também vão ter uma tarefa mais complicada, pois têm de captar mais depósitos e tem que cortar no financiamento à economia. Se com a alavancagem há um ciclo de crescimento, a Desalavancagem tem o sentido inverso. Perante isto, dar-se-á uma crise de financiamento.

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  2. Concordo que a desalavancagem seja necessária para manter a estabilidade do sistema financeiro português. Porém, a desalavancagem não pode ser demasiado rápida, uma vez que isso provocaria nova recessão económica. O crédito bancário é um produto financeiro que faz crescer a Economia, logo a diminuição drástica de concessão de crédito por parte das Instituições Financeiras provocaria uma retração no crescimento da economia portuguesa.
    Assim é necessário encontrar um ponto de equilíbrio para que o desenvolvimento económico seja sustentável e os rácios de concessão de crédito exigidos sejam cumpridos.

    Nº3478 3G20

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  3. Atualmente, vive-se um período de recessão económica, em que o sistema bancário encontra-se particularmente dependente de financiamento externo. O elevado nível de alavancagem que se tem verificado nos últimos anos, ressente-se sobretudo no sector empresarial. Porém, após as medidas de austeridade impostas pela Troika, o impacto foi maior. Foi exigido aos bancos nacionais uma enorme contenção relativamente à concessão de crédito a nível particular e empresarial. Sendo agora a avaliação para a possível concessão de crédito, um processo bastante mais exigente por parte dos bancos, está a levar a um esgotamento dos fundos de maneio de grande parte das empresas nacionais. Desta forma, o volume de insolvências registadas diariamente é cada vez maior. Atendendo então, a atual conjuntura económica em que os rácios de solvabilidade das empresas atingiram níveis bastante baixos e os bancos sofrem um elevado grau de dependência de financiamento, tornam a credibilidade de Portugal relativamente a sua capacidade de cumprimento, bastante baixa. Desta forma, é necessário um processo eficaz de desalavancagem do crédito, que permita que o volume dos empréstimos bancários seja inferior ao volume dos depósitos, para que se aumente a margem de lucro das instituições financeira. Para tal, é necessário um aumento das taxas de juro oferecidas pelos bancos, de forma a torna-las mais atrativas. ´

    Bárbara Soares
    Nº 3453
    3F20

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  4. A desalavancagem, no sector financeiro, é um processo que consiste na redução existente da relação entre os depósitos e os créditos concedidos. Assim sendo, e tendo sido imposto pela troika, o sistema financeiro português deve conseguir diminuir essa mesma relação, que inicialmente era de 100-145, para 100-120 até ao final do ano de 2014. Esta necessidade surgiu precisamente devido ao volume de créditos concedidos ter ultrapassado o volume de depósitos captados, isto em Junho de 1999. Hoje, o sistema financeiro tem como solução proceder do modo esperado diminuindo o volume de créditos concedidos ou então aumentando o volume de depósitos. O ideal seria mesmo efectuar as duas medidas simultaneamente para se proceder a uma mais rápida regularização do sistema financeiro português. No entanto, ao longo deste processo gradual irão surgir algumas consequências, tanto para o mercado de particulares e empresarial como para as Instituições Financeiras, como também se irão testar determinadas capacidades da banca. Sendo assim, é possível afirmar que o crédito irá ficar (está) mais caro e de mais difícil acesso passando assim a concessão de crédito a ser um processo mais selectivo. É neste parâmetro que os elementos definidores de crédito demonstram a sua importância sendo eles que caracterizam o seu tipo (finalidade, prazo, montante). Este terá associado determinados riscos (geral, sectorial, particular e de operação), tendo o banco que encontrar alternativas de cobrança do crédito (garantias - para eventuais incumprimentos futuros) e definindo deste modo o preço da prestação do serviço (juro). O sistema financeiro tem que se debruçar sobre estes aspectos de modo a conceder crédito mais seguro. Neste momento, a banca deve também ter capacidade de reduzir a dívida existente no MMI e ao mesmo tempo adoptar práticas de recuperação de crédito mais eficazes. Contudo, esta recuperação acaba por ser um processo lento, tendo em conta que a maior percentagem de crédito mal-parado tipifica-se como Crédito Habitação (cerca de 60%). Uma vez que se pretende liquidar as dividas no MMI e que o financiamento neste mercado mostra dificuldades em conceder liquidez, a banca tem que optar por adoptar estratégias de captação de fundos, ou seja, aumento de taxas, que consequentemente irá trazer menos lucro uma vez que acaba por diminuir a margem financeira (diferença entre taxas de juro devedoras e credoras). As principais consequências associadas a todo este processo, que envolve outros processos intermédios, consistem na redução de custos operacionais (redução de postos de trabalho, fecho de balcões, poupança energética, etc.) e na dificuldade de financiamento por parte dos agentes económicos (famílias, PME’s e grandes empresas). Este último aspecto é a principal preocupação manifestada pelo Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, quando diz que o processo de desalavancagem “não pode ser feito em prejuízo do crescimento da economia”, sugerindo também que caso seja necessário, os bancos devem alienar os seus activos em prol da sustentação do crescimento económico. As famílias devem aumentar as suas poupanças e as empresas devem aumentar a sua autonomia financeira (AF) e reduzir as suas necessidades de financiamento (NF). Para finalizar, passo a referir o já notado caminho percorrido pelo sistema financeiro, tendo o volume de crédito concedido analisado em Março de 2012 reduzido cerca de 4% em relação ao período homólogo. Portugal enfrenta um problema estrutural verificando-se a ausência de crescimento económico (recessão - PIB < 0). Com o processo de desalavancagem torna-se mais difícil para a banca financiar o mesmo. Assim sendo, os restantes agentes económicos devem poupar mais, trabalhar mais ou melhor e criar um maior ambiente concorrencial.

    Jorge Miguel Lopes
    Nº 3460
    3F20

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